quarta-feira, 10 de junho de 2015

A estrada 47

Heróis que combateram na 2ª Guerra Mundial


Compartilhamos essa postagem da equipe do filme A Estrada 47, que presta homenagem aos nossos heróis que combateram na 2ª Guerra Mundial. Assim como a Banda Sabaton, que narra nossos heróis por meio da música Smoking Snakes, A Estrada 47 levará essa narrativa para o cinema.
“Um povo sem o conhecimento da sua história, origem e cultura é como uma árvore sem raízes.” Marcus Garvey
A Estrada 47
É provável que alguns de vocês já tenham ouvido falar desses rapazes, saibam detalhes da história que eu desconheço, mas confesso que só soube quem eles eram quando comecei a trabalhar aqui, na criação de conteúdos para o lançamento do filme A Estrada 47. Curiosamente, justo hoje que comecei a escrever sobre eles, vi que faz exatamente 70 anos que eles morreram.
Ao ler sobre o que esses três fizeram, por mais pacifista que a gente seja, é possível compreender o espírito de luta que levou - de peito aberto - tantos soldados a ingressarem nessa guerra.
Com o pouco que restou da história de cada um deles, aprendi o que acredito que deva existir de mais digno e louvável no coração de um soldado e espero nunca mais esquecer.
E, se você, assim como eu, também nunca tinha lido nada a respeito, te aconselho a ler esse post até o fim.
Arlindo, Baeta e Geraldo eram soldados brasileiros, garotos que serviram durante Segunda Guerra Mundial. Destacados e perdidos de seu pelotão, em pleno inverno de Montese na Itália e no meio do campo de batalha, eles se deram conta de que estavam perdidos e em território inimigo.
Era de noite e, na tentativa de acharem outros soldados brasileiros, eles acabaram se deparando com uma tropa inteira de alemães armados com tanques e carros cobrindo a linha do horizonte. A ordem vinda do exército alemão foi "baixem suas armas", dito obviamente em alemão e que - segundo o que encontrei de registros até agora - era uma das poucas frases que os pracinhas sabiam o significado.
Numa hora como essa, seria praticamente impossível imaginar que três soldados diante de um batalhão fizessem qualquer outra coisa que não fosse se render. Porém, esses três soldados brasileiros que saíram lá das nossas Minas Gerais com o espírito pronto pra defender o mundo das injustiças que estavam sendo cometidas na época, carregaram e engatilharam suas armas, decidiram enfrentar os alemães. Ignoraram o pedido de rendição e começaram a atirar. Incrédulos, os alemães se colocaram a postos pra revidar... Três bravos soldados contra um pelotão completo e iniciou-se ali uma batalha que atravessaria a noite.

Fico tentando imaginar a fumaça que deve cobrir um campo de batalha, a sensação de desespero, o medo de morrer e a sensação de que o inimigo pode sair de repente de qualquer local. Mesmo diante desse cenário, nossos três brasileiros disparam e lançaram bombas nos alemães até ficarem completamente sem munições e, quando isso aconteceu, começaram a atirar pedras até que seus braços não pudessem mais aguentar.
Cercados, um deles caiu morto com um buraco de bala no peito, o outro levou um tiro no olho e morreu no mesmo instante. Restou apenas um deles, que continuou lutando até o último suspiro. Ele despistou a tropa alemã, se aproveitou do escuridão da noite, sacou sua faca do uniforme e ainda a arremessou contra um dos soldado. O alemão caiu sem vida sobre seus pés e ele seguiu em frente, com uma faca e toda a fé e a coragem que podia carregar no meio de uma guerra que lhe pesava tão injusta sobre os ombros que não deixava dúvidas sobre como enfrentá-la.
O último dos três soldados brasileiros caiu morto no fundo da trincheira, vitima de um tanque alemão, vitima das consequências insanas da mente de um único homem.
Até os soldados alemães se renderam a coragem desses moços. Impressionados com a garra dos três, eles decidiram enterra-los ali mesmo, com honra e respeito no campo de batalha. Sobre suas covas eles colocaram cruzes com os dizeres "Drei Brasilianischen Helden" (três heróis brasileiros). Três heróis, três garotos, três soldados brasileiros.
Hoje, dia 14 de Abril de 2015, faz exatamente 70 anos que tudo isso aconteceu. Eu já havia decidido escrever esse post como depoimento pessoal, porque é o tipo de história que quero carregar durante a vida, se Deus quiser em paz, mas munida da coragem que julgo necessária pra enfrentarmos as trincheiras atuais do dia a dia.
Que permaneça feito uma boa prece para que os bons Homens não sejam esquecidos e a gente nunca se canse de contar e recontar as boas histórias.
Oscar de Oliveira ramos NETO (AVEAPE-RS)



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