História

AVEAPE-RS

AVEAPE-RS foi fundada no dia 21 de agosto de 2012, congregando ex-integrantes e militares da ativa das Unidades de Polícia do Exército, em especial 3º BPE e suas OM formadoras, 3ª e 6ª Companhia de PE, bem como cidadãos Amigos da entidade

Suas finalidades e objetivos principais são:

- Promover o congraçamento dos veteranos dos mais diversos períodos;
- Resgatar, cultuar e difundir a história do 3º Batalhão de Polícia do Exército e suas tradicionais Unidades formadoras;
- Apoiar com instruções de direção defensiva e instruções vinculadas à sua atividade fim;
- Promover, participar e enaltecer iniciativas de caráter cívico e patriótico; e
- Apoiar, dentro de suas limitações, trabalhos de defesa civil e comunitários.

A associação busca, enfim, manter acesa a chama dos valores e dos ideais adquiridos durante o serviço militar, especialmente na Polícia do Exército, fomentando o amor à Pátria e aos brasileiros, à sua liberdade e soberania plena.
Quando completou o primeiro ano de existência (21 Ago 2013), a associação já contava com mais de 250 veteranos e 12 sócios Amigos.
“Muito cedo alcançou um importante objetivo, desfilar no Dia da Pátria envergando o vistoso e característico uniforme preto, o que correspondeu à confiança que as autoridades e comunidade lhe depositaram.”


"Uma vez PE, sempre PE!"

ESTANDARTE DA ASSOCIAÇÃO DOS VETERANOS E AMIGOS DA POLÍCIA DO EXÉRCITO DO RIO GRANDE DO SUL
DESCRIÇÃO HERÁLDICA
Forma retangular tipo bandeira universal, franjado de ouro. Campo em sable, tendo à sinistra em seu canto superior o escudo antigo do 3º Batalhão de Polícia do Exército. Em abismo, um escudo em campo português, característico das unidades do Exército Brasileiro, orlado em ouro com chefe delimitado em ouro, em destaque do corpo do brasão. Em chefe, à destra, a letra “E” e à sinistra a letra “P”, carregadas na cor branca, tendo ao centro do chefe a bandeira do estado do Rio Grande do Sul. Em abismo em campo circular branco, filetado de ouro, a figura de um cão da raça buldogue, em rompante, usando calça verde-oliva, cinto de guarnição, cassetete junto ao corpo, à sinistra e um coldre entreaberto, à destra. O peito nú, exibe a forma atlética ideal de um soldado da Polícia do Exército. Os braços estendidos e em cada mão uma garrucha de pederneira, símbolo da Polícia do Exército. Sobre sua cabeça um capacete PE na cor preta, para uso nos serviços diários. Por sobre este campo circular, a denominação “POLÍCIA DO EXÉRCITO”, em goles. Por sob este campo circular, o dístico “VETERANO”, em goles e abaixo, centrado, o dístico “AVEAPE-RS” em ouro. No canto inferior esquerdo da bandeira, o dístico AVEAPE-RS, forma abreviada de ASSOCIAÇÃO DOS VETERANOS E AMIGOS DA POLÍCIA DO EXÉRCITO DO RIO GRANDE DO SUL, tudo carregado em branco.


HISTÓRIA  DA POLÍCIA DO EXÉRCITO

A organização de uma unidade para atuar com função de polícia foi mais uma exigência ditadas pela necessidade de adaptar o Exército brasileiro à nova estrutura da segunda guerra mundial para operar em combate. Como se tratava se tropa especial, teve que ser criada: sua origem vem dos Decretos Reservados 6.069-A, , 6.071-A, 6.072-A, 6.073-A, todos de 06 de dezembro de 1943, que criou a Tropa Especial da 1ª Divisão e Infantaria Expedicionária. Em 05 de fevereiro de 1944, por boletim especial do Exército, o Pelotão de Polícia começou a ser organizado, inicialmente com elementos do 3º Regimento de Infantaria – sua estrutura organizacional seguia a linha do modelo americano Military Police Platoon. Algum tempo depois, o Diretor da Guarda Civil de São Paulo colocava à disposição da 1ª DIE todo seu pessoal para que dela saísse o contingente principal do Pelotão de Polícia. O oferecimento foi aceito. Tiveram desempenho importante nesse episódio o Major Luís Saldanha da Gama, recém-nomeado, Chefe do Serviço Especial da FEB , e Major Luís Gonzaga da Rocha, Chefe de Polícia. Esses dois chefes fizeram ver às autoridades militares responsáveis a enorme vantagem de aproveitamento dos homens da Guarda Civil de São Paulo. Além de ter o treinamento necessário para os serviços de polícia e de tráfego, essa tropa era composta de homens selecionados, com porte avantajado e marcial.




O Pelotão de Polícia então foi organizado em sua maioria com elementos oriundos daquela conceituada corporação policial e desde o começo se destacou do resto da FEB: uniforme bem cortado, aparência marcial e um perfeito treino para o exercício da missão a que estava destinado. Foi sem dúvida a unidade de FEB que já embarcou do Brasil com treino especializado e em pouco tempo distingui-se da demais, sabendo adquirir a confiança dos chefes. Esse preparo foi muito importante para a FEB; o Pelotão de Polícia iria exercer tarefa vital, dirigir o fluxo de tráfego em zona de combate, quer dentro da neblina artificial que durante o dia mascarava o movimento da tropa, quer durante a noite, no mais rigoroso regime de blackout. Muitos problemas de interrupção de tráfego, muitos acidentes foram evitados, muitas vidas foram poupadas pelo eficiente comportamento desse Pelotão.


Quem foi motorista na FEB não esquece a figura dos MP (Military Police, nome inicialmente dado ao Policial do Exército durante os combates na Itália) postados em uma encruzilhada ou na cabeceira de alguma ponte, dando as informações precisas, mandando aguardar ou avançar. Os membros do Pelotão frente de combate ou na retaguarda, com a missão de orientar o tráfego de veículos em comboios, carros de combate e deslocamento de tropas a pé. Essas missões obrigavam a permanecer em seus postos, e muitas vezes sob forte bombardeio inimigo.






O Pelotão de Polícia teve algumas baixas, uma delas extremamente dolorosa: um soldado da MP, em serviço na Ponte Veturinna, no dia 10 de fevereiro de 1945, deu voz de prisão a um elemento da tropa aliada, em estado de embriaguez, que não queria obedecer sua instrução. Foi abatido a tiros por esse militar embriagado, que, preso logo em seguida, foi entregue à sua unidade de origem. Esse militar respondeu à Corte Marcial e foi fuzilado. O fato causou constrangimento , mas também surpresa, pela rapidez com que o comando aliado julgou e condenou o responsável à pena máxima, sem apelação ou qualquer mercê.

Os membros do Pelotão tinham características que os distinguiam do resto da tropa da FEB. Na gola do uniforme, ostentavam um distintivo “duas garruchas cruzadas” em metal amarelo (até hoje é um dos símbolos da Polícia do Exército), uma braçadeira azul-marinho com as letras MP (Military Police), depois substituídas pelas inscrição PE (Polícia do Exército) se referindo ao Braçal PE. No capacete, havia uma bandeira brasileira no centro, tendo dos lados as letras M à direita e P à esquerda, envolvendo o capacete, duas faixas amarelas e atrás o distintivo do V Exército.




O Pelotão, inicialmente comandado pelo 1º Tenente Walmir de Lima e Silva e posteriormente pelo 1º Tenente José Maciel Miler, embarcou em escalões. O primeiro acompanhou a tropa do 6º RI e integrou a Destacamento da FEB, ficando diretamente sob o comando do General Zenóbio da Costa que, a partir desse momento, passou a dar especial atenção a essa tropa, procurando aprimorar sua capacidade profissional e sua apresentação.



Em março de 1945, por necessidade do serviço, o Pelotão foi transformado em Companhia de Polícia e nessa qualidade continuou a prestar seus estimáveis serviços à FEB, até o retorno, também feito em escalões. Os serviços, aliás, não cessaram com o fim das hostilidades; a Companhia continuou a operar como antes, responsável pelo tráfego, pelas atividades policiais propriamente ditas, guarda de prisioneiros e outras. 

Essa unidade não se dissolveu com a extinção da FEB. A guerra tinha mostrado que o Exército, mesmo em tempo de paz, necessitava de unidade especializada desse tipo. Em novembro de 1948 passou a ter autonomia administrativa e, posteriormente, constituiu-se em batalhão, mudando a designação para Polícia do Exército (P.E.), para não confundir com a Polícia Militar, dos Estados.



Os serviços que prestavam expandiam-se, ampliando seu quadro para Batalhão de Polícia do Exército. Hoje já conta com vários Batalhões e o primeiro deles tomou o nome de Marechal Zenóbio da Costa, como homenagem a esse ilustre chefe militar que na guerra, percebendo a valiosa utilidade dessa unidade, tanto fez para melhorar e aumentar seus efetivos.

FONTE: (texto)Joaquim Xavier da Silveira de título A FEB POR UM SOLDADO, Xavier serviu no 1º Regimento de Infantaria durante a campanha no front italiano.
Fotos/Fonte: Reencenação Histórica “Dogs of War”
Fonte: VETERANOS DO 13º PELOTÃO DE PE